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Orientações sobre as implicações cardíacas da Covid-19 (ACC, 2020)

Em fevereiro de 2020, o American College of Cardiology (ACC) publicou um boletim clínico para falar sobre as implicações cardíacas precoces da atual epidemia do novo coronavírus (SARS-CoV-2, sigla do inglês, Severe Acute Respiratory Syndrome Coronavirus 2) . As orientações se baseiam em relatos de caso, e "trazem informações sobre as potenciais implicações cardíacas provenientes de pandemias respiratórias virais análogas e oferecem condutas clínicas preliminares diante

das atuais incertezas da Covid-19 (sigla do inglês, Coronavirus Disease 2019)".

Como as "infecções virais (p. ex., a gripe) podem desestabilizar e agravar as doenças cardíacas", é provável que a Covid-19 também tenha algum efeito, de intensidade variável em cada paciente, particularmente dadas as indicações de que 40% dos pacientes com Covid-19 têm doença cardiovascular ou doença cerebrovascular subjacente. Esses pacientes têm alto risco de evoluir com complicações e/ou para óbito.

Complicações cardíacas agudas da Covid-19

  • As complicações cardíacas da Covid-19 são as arritmias agudas e a lesão cardíaca.

  • As doenças que podem promover complicações cardíacas são a insuficiência cardíaca aguda, o infarto agudo do miocárdio (IAM), a miocardite e a parada cardíaca, bem como qualquer doença que aumente a demanda cardiometabólica dos pacientes.

  • As complicações cardíacas da Covid-19 parecem análogas às da síndrome respiratória aguda grave (SARS, sigla do inglês, Severe Acute Respiratory Syndrome), às da síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS sigla do inglês, Middle East Respiratory Syndrome) e às da influenza.

  • Os cardiologistas devem estar preparados para ajudar outros especialistas a tratar as complicações cardíacas dos pacientes com Covid-19 grave.

  • As equipes da cardiologia e das unidades de tratamento intensivo (UTI) devem coordenar a conduta para os pacientes que precisam de suporte circulatório extracorpóreo com oxigenação por membrana extracorpórea (ECMO) veno-venosa (V-V) ou veno-arterial (V-A).

  • Fazer um ecocardiograma em caso de insuficiência cardíaca, arritmia, alterações no eletrocardiograma (ECG) ou cardiomegalia.

Orientações do ACC

  • A epidemia de Covid-19 é rápida e tem um perfil clínico incerto; os profissionais de saúde devem estar preparados para mudanças nas orientações à medida que mais informações se tornam disponíveis.

  • O SARS-Cov-2 é transmitido através de gotículas de saliva, e pode viver por períodos consideráveis fora do corpo; a contenção e a prevenção usando estratégias de saúde pública e pessoais para evitar a propagação das doenças transmissíveis continuam a ser prioritárias.

  • Estabeleça planos para identificar e isolar rapidamente os pacientes cardiovasculares com sinais e sintomas de Covid-19 dos outros pacientes, inclusive no consultório.

  • Os pacientes com doença cardiovascular têm mais risco de contrair a Covid-19, e seu prognóstico é mais reservado. Orientar esses pacientes sobre o risco potencialmente elevado e incentivar que tomem mais precauções, mantendo o bom-senso.

  • É importante que os pacientes com doença cardiovascular estejam com suas vacinas em dia, inclusive a vacina antipneumocócica, dado o maior risco de infecção secundária. Também seria prudente tomar a vacina contra a influenza para evitar outra doença febril que possa inicialmente ser confundida com a infecção pelo coronavírus.

  • Os idosos têm menos tendência a apresentar febre, assim, justifica-se uma avaliação mais rigorosa de outros sinais e sintomas, como tosse ou dispneia.

  • Nas regiões com casos de Covid-19, substituir as consultas de rotina dos pacientes com doença cardiovascular estável por contatos por telefone ou telemedicina pode ser uma boa opção.

  • Nas regiões sem Covid-19 generalizada, a ênfase para os pacientes com doença cardiovascular deve continuar sendo a respeito da ameaça da gripe, a importância da vacinação e a lavagem frequente das mãos, bem como a adesão estrita aos tratamentos das doenças de base de acordo com as diretrizes.

  • É razoável fazer o rastreamento de Covid-19 para os pacientes com diabetes mellitus, doença cardiovascular, respiratória, renal, oncológica e outras doenças crônicas, a fim de priorizar o tratamento.

  • Os profissionais de saúde são alertados que os sinais e sintomas clássicos de apresentação do IAM podem ser ofuscados no contexto do coronavírus, resultando em menos diagnósticos.

Alguns especialistas sugeriram que o uso rigoroso de agentes de estabilização da placa, de acordo com as diretrizes, pode oferecer proteção adicional para os pacientes com doença cardiovascular durante uma epidemia generalizada (estatinas, betabloqueadores, inibidores da enzima conversora de angiotensina e ácido acetilsalicílico); no entanto, esses tratamentos devem ser adaptados para cada paciente.

Fonte:  portugues.medscape.com/verartigo/6504690

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